quinta-feira, 15 de novembro de 2012

sátiro

Permita-me ser um canalha
dizer como a vejo no quarto.

Não me venha então com lirismo timido
se o que você deseja lateja dentro
do meu bermudão.

Espantada com minha vulgaridade?
Então corra da minha casa e fuja
pra floresta encantada de anões
cruéis e tarados.

Esses anões com quem você lê poesia
são todos mais patifes que eu e dizem
pra você que só são homenzinhos
de chapéu verde e tristonhos.

O que sempre desejei de você
e todas as outras foi o corpo -
sem forçar um músculo
vê-la se despindo
é meu ato de fé.

Você nem imagina que escrevo versos
pra um dia tê-la na minha cama
sem esse papo de poesia -

ler poesia na cama
é uma chatice.

É hora de você fugir,
pois agora está claro

que o meu sonho
são suas coxas,
costas, orelhas.

Os seus olhos só quando eu acordar.
Afinal preciso dar bom dia para um anjo.


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