Há um reino encantado dos babalorixás
em que guardo meus filhos que por
um motivo torpe e detalhe fútil
não vieram ao mundo.
Alguns vestidos daquelas máscaras de entidades
dançam de madrugada no piso do meu quarto.
Pedem-me licença para fugir do encanto
de uma prisão alucinante e correr
aos braços de uma noviça.
Eu sei que existem noviças
que precisam do amparo
de alguns filhos meus.
Embora não me cerquem
com suas faces de névoa
são meus filhos e amo-os.
Se há um filho que agora me ouve -
permito, então, o desdobramento
dos ombros em asas
e da pele em escamas.
Voa, filho
e abriga-te no seio
de uma doce noviça.
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