quarta-feira, 21 de novembro de 2012

cessar-fogo

Parem de soltar bombas
que os poetas precisam de paz
para o eterno glamour de sua dor.

Este filme é tão antigo matar crianças,
mulheres, velhinhos e encher os bolsos
de moedas de ouro.

Parem de soltar bombas
porque o único pesar
genuíno e milenar
e a dor grandiosa
dos poetas.

Como namorar a pequena
e beber o cafezinho tranquilo
se vocês soltam bombas feito loucos?

Parem de soltar bombas
e tratem de cultivar novos lírios
nas montanhas sujas de carvão.

Dor clara e beatificada
só existe uma, a dor
dos poetas

que mordem os pulsos
que raspam a cabeça
que plantam bananeira
no alto de uma ponte

só para chamar atenção de vocês,
meus queridos, parem de soltar
bombas e vão cuidar

dos seus filhos
e das suas mulheres.



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