sobre as lentes dos meus óculos - triste fim
de quem tantas vezes abriu meus olhos
para uma boa leitura e para distinguir
bruxas de mocinhas indefesas
nas paradas de ônibus.
Andarei agora pela casa e pelas ruas
com o olhar turvo de um rinoceronte.
Passarei batido se houver
uma rebelião de andorinhas
nas oiticicas de minha calçada.
Triste, triste fim dos meus óculos -
sentirei saudade do longo idílio
com meus cílios.
Adeus, jovem senhor
e que a sua viagem
não seja penosa.
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