até à pracinha e lá
esperam-me eles,
os pombos.
Por meu olhar mortão e suave,
sabidos que são, suspeitam
que estou tomando
remédio.
Peço que deem o fora
que tenho muito trabalho.
Os pombos sabem a que me refiro.
Espalham-se e me deixam, enfim,
sozinho com as flores.
Ponho meu chapelão de palha
e inicio meu estudo complexo
sobre a vida íntima das flores.
Sou um ótimo terapeuta
pras flores revoltadas
com o calor
ou para aquelas enlouquecidas
de tantas abelhas em suas pétalas.
Explico pras primeiras
que realmente o sol é um caso sério
e o melhor que fazem é rezar pra chuva.
Às últimas, psicóticas, determino
diariamente a cada uma
20 ml de água do mar.
20 ml de água do mar.
Chamo o jardineiro
repasso a orientação médica
e volto pra casa em zigue-zague.
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