A poesia é a arte
dos psicóticos
e enfermos.
Não conheço um poeta
que não tenha tiques
nervosos.
Costumo me iludir pensando
que não é tique nervoso,
mas batuque
de pajelança
do coração.
Conheço poeta sereno,
sim, poeta manso
e doce -
mas ele esconde
o ruflar da tarola.
Na verdade esse poeta
tem mais psicoses
que uma lagarta-
de-fogo.
E tem mais tiques nervosos
que Frankenstein passeando
de noite em uma rua deserta.
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