terça-feira, 20 de novembro de 2012

bilhetinho

A poesia é mãe, meu filho -
uma mãe amorosa sem limite.

De tão generosa acolheu-me
quando vi tudo escuro
no fundo do mar.

E ela mandou-me ao meu resgate
um dos seus filhos mais queridos -
Sabe quem? Acertou,
um golfinho.

Fui salvo por um golfinho
com nadadeiras de mergulhador.
Igual ao desenho do seu roupão.

Quando eu morrer, meu rapazinho,
deixarei em seu nome os meus poemas.

Lembre-se que a poesia é minha mãe -
não queime os versos nem os jogue
dentro de um baú antigo.

Só agora entendo, meu filho,
que os poemas escritos
precisam de ar.

Também precisam de sol
e, se possível, do olhar
de uma moça tímida.

Tu, meu garotão,
será o único detentor
da minha caminhada.

E que bacana, rapazinho, eu ter andado nesse mundo
e ter criado tantos laços e comunhão com outra vida.

Beijo do teu pai.


Um comentário:

  1. Poeta, que coisa mais linda! Emoção sempre, mesmo quando o riso vem os olhos molham e vice´versa...

    Beijos,

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