domingo, 30 de março de 2014

pérolas em alto mar

Daqueles poemas
que nos caem nas mãos
de mão beijada - tive um insight:

não são eles plantados
ainda quando dormimos

ou quando caminhamos
da padaria pra casa
em total silêncio?

Ou mesmo em outra vida
quando éramos uma janela,
cafeteira, tênis brancos sujos?

Não seriam esses poemas
que nos banham de espanto
somatória de pequenos suspiros?

Desses suspiros
(já falei tantas vezes)
que nos partem costelas.

Ando pensando
sobre esses poemas
que não nos permitem

nem um ai
ou morte.

Ontem um deles
caiu sobre minha cabeça
e pesava o peso de uma pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário