sábado, 15 de março de 2014

nós em laços

Por força da poesia pensamos
que além dos nossos ossos
alguma coisa etérea
sofrerá

com a partida
do corpo.

Só então dou-me conta
que os poemas não partem.

Que a vaidade,
sim, leva-se
à cova.

A coisa etérea
com a morte
do poeta

não se precipita nem voa:
ela encontra outro amante.


Nenhum comentário:

Postar um comentário