sábado, 15 de março de 2014

moça nova

Não vi uma só lágrima, linda Tikuna,
descendo por teu rosto enquanto
as anciãs sob cânticos
dos antepassados
pelavam-te
fio a fio

os negros
cabelos.

Já bebi uma tigela de pajuara
veio-me coragem pra falar
com o pajé a respeito
do amor.

O grande pajé me disse
pra eu me aquietar no meu canto
que o coração de uma Tikuna nada dócil.

Prometi que viveria em uma palhoça
na curva do rio por toda a eternidade
a esperar por ti, linda Tikuna,
mulher forte.

O pajé gargalhou
e me enfiou goela abaixo
mais pajuara - eita, eita, eita!

Agora terei que lutar
contra os mascarados.

Alguns
(suspeito)
rivais meus.


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