Não é descascando batatas
que atravessarei o atlântico
nem recitando meus poemas
para marujos bêbados e cortesãs diabólicas
tampouco na cabine do capitão fumando ópio.
Deem-me apenas a pilha de louças:
os cristais, as xícaras de cerâmica
e porcelana, os bules antigos da vovó,
as frigideiras de aço, as panelas de alumínio,
os garfos, colheres de sopa e de chá, as facas.
Não se acanhem,
deem-me todo o trem
que a cada peça brilhando sobre a mesa
é um poema que abro ao meio como abriria um peixe.
E ainda tenho a vantagem
de não lavar as mãos
após o trabalho
sujo.
Estamos no que se chama de "inferno astral", a tal escuridão plena que antecede a luz do nascimento? Nossa, esse seu é um inferno de onde eu jamais quereria sair: momentos maravilhosos nessa lira que já é epifânica sempre!
ResponderExcluirBeijos, poeta amado!