Óbvio que não durmo de óculos.
Deixo-os no pufe à cabeceira da cama.
De madrugada, estendo as mãos:
os meus bons fantasmas gostam
de me ouvir ler os meus poemas.
Não são fantasmas:
são amigos meus que gostam
de ouvir a minha voz pausadamente
e dramático dizer poemas de assombro.
Sem óculos não consigo -
vejo tudo embaçado
como se fantasmas
os meus amigos
fossem.
Engraçado, quando leio poemas
pareço com eles me ouvindo
em outro mundo.
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