O meu guarda-chuva é um senhor de terno preto.
Dentro do quarto pendurado na estante
reza baixinho para que amanhã chova.
Debaixo da chuva é um safado
abre as asas é um corvo
bulinando canteiros
pegando o telefone
de toda gramínea.
Eufórico enquanto chove.
Dentro do quarto é um senhor de terno preto. Casto.
Silencioso. Rezando baixinho encostado à parede.
O cinto preso no pescoço.
As mãos postas para baixo.
"tudo o que é inútil presta à poesia"
ResponderExcluirM. de Barros.
Lá.caio que é pois ía...
:)
Manoel de Barros e o seu olhar mágico
ResponderExcluir...
Francisco, abração!
Excelente ideia e construção. Abraços, Pedro.
ResponderExcluirAbração, Pedro!
ResponderExcluirObrigado.
só você, mesmo!
ResponderExcluirteu guarda chuva é uma figurassa.
Acredite, Cris, é mesmo uma figura!
ResponderExcluir(sobretudo quando chove e ele tem a praça aos seus pés, ou melhor, ao seu bico, uma vez que ele se transforma em corvo)
Beijo carinhoso, poetisa.
olhar alegórico sobre o homem.
ResponderExcluirquantas vezes o homem é até mais do que o próprio senhor de negro guardado no roupeiro, em dualidade indistinta? quantas vezes não é ele, também, a chuva que se desprende do céu?
um abraço!
Jorge Pimenta,
ResponderExcluiré isso mesmo:quantas vezes uma só imagem (corpórea e etérea)
forte abraço,
grande poeta
e amigo!
Ai que delícia!!! E tanto chapéu de chuva que há por aí...
ResponderExcluirBeijo
é verdade, Sandra
ResponderExcluire cada um deles com sua estória
particular e especial
...
carinhoso beijo.