Sou tratado como rei
pelas entidades que me cercam
enquanto sou visto como mendigo
pelos homens e mulheres desse templo.
Você não viu,
mas fiz uma pequena pausa
para pegar no outro quarto meus óculos.
Esses lances de pernas
a que você não assiste -
elas, as entidades,
andando por mim.
Como ser um trapo
que outrora era?
Se sou rei aos olhos
dos meus bons fantasmas,
ancestrais, anjos e santos:
devo-lhes então respeito
e não me embriagarei
com o álcool e ópio
dos homens e mulheres
desse templo de areia.
Fiz outra pausa
para segurar a minha nuca
com as duas mãos e estas mãos
poderiam ser suas se você quisesse.
Se você
me amasse.
Muito bom!
ResponderExcluirOs gestos que não vemos... Afinal tão visíveis!
Um beijo