quarta-feira, 24 de julho de 2013

rota de fuga

Não é apenas uma gripe, febre,
dor nos ossos e na cabeça,

mas também uma lúcida vontade
de amputar as mãos, empalhá-las
e deixá-las suspensas na parede
bem acima da escrivaninha.

Seriam meus dois troféus de caça.
Sempre que entrasse no quarto
lembraria que caçar versos
é um passo para tragédia.


2 comentários:


  1. Domingos, bruxíssimo, você é um poeta genial e um caçador de versos que etrá as mãos sempre grudadas ao coração.

    Beijos,

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  2. belo ...
    as palavras ... a culpa pelos poemas é delas ou das nossas mãos ou dos nossos olhos ou do nosso sentir?
    ... acredito que o poema exista por si só ... eventualmente conseguiremos decodificá-lo em palavras ...

    como um poema que se revelou para mim, certa vez, e disse: 'o poema é como o reflexo de uma estrela: quando nós o escrevemos, ele já não está mais lá ...'

    abraço! gostei de teus escritos ...

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