Pezão era um matador frio.
Aos dezessete anos tinha sobre
os ombros vinte e sete mortes.
Ao completar dezoito primaveras
foi visitado em sonho pela Santa.
Acordou puro e hoje vende bolo e café
na esquina da minha rua no seu carrinho
de zinco.
Não minto, às vezes o sangue
lhe sobe à cabeça e ele sente
vontade de meter chumbo
de doze
no flanelinha, no doutor,
nas andorinhas que voam
com o meu retrato no bico.
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