terça-feira, 7 de abril de 2020

Faxina

Nunca lhe passou pela cabeça
que os versos que escrevemos
não há por finalidade o ego?

Nem aprovação
ou ódio do outro?

Os versos que escrevemos
conscientes ou sob transe

são obras antigas de seres
que vivem suspensos sobre
nossos ombros e nossa nuca.

Se chegamos a vê-los
em vários níveis de luz
fingimos que é realidade.

E o que nos pode iludir
quando a alma entende

que fulanos viajam
em nosso sangue?

Nem para o bem
nem para o mal.

Apenas se debruçam
sobre nossos ombros
e beijam nossa nuca.

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