sábado, 27 de junho de 2015

Trouxeram-me rosas.
O jarro de vidro voltou
A existir com água e rosas.

O bonsai agora
Adivinho que o bonsai está
Sobre a outra mesinha da sala.

Trouxeram-me rosas.
E eu ainda não lhes troquei
A água. Não lembrarei o tempo
Em que caminhava até a área de serviço
Cheirando as pétalas e sonhando alto com outra mulher.

Sei que os meus ossos
Secarão sozinhos e as minhas mãos
Não terão outra xícara para encher de café.

Mas trouxeram-me rosas.
E o que mais desejo
Antes de morrer?

"Morrer" caiu-me
Como fim de poema.
Não da nossa história.

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