Fomos roubar frutas
E antes que subíssemos
Até aos apetitosos sonhos
Um cão enorme apostou corrida
Com o vento e babava riscando
A grama ao nosso encontro.
Éramos moleques fortes e lépidos.
O muro devia ter uns três metros.
Pulamos, aliás,
Voamos alto.
Sentados na calçada do cemitério,
Ainda sob espasmos e maravilhados,
Conversávamos, ou melhor, atropelávamos
Extasiados em palavras e gargalhadas e berros.
Só depois soube
Que o nome daquele troço
Que queimara o meu coração
E me fez voar através do muro da paróquia
Chamava-se adrenalina. Adrenalina. Um lindo nome.
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