segunda-feira, 29 de junho de 2015

Fomos roubar frutas
E antes que subíssemos
Até aos apetitosos sonhos

Um cão enorme apostou corrida
Com o vento e babava riscando
A grama ao nosso encontro.

Éramos moleques fortes e lépidos.
O muro devia ter uns três metros.

Pulamos, aliás,
Voamos alto.

Sentados na calçada do cemitério,
Ainda sob espasmos e maravilhados,
Conversávamos, ou melhor, atropelávamos
Extasiados em palavras e gargalhadas e berros.

Só depois soube
Que o nome daquele troço
Que queimara o meu coração
E me fez voar através do muro da paróquia
Chamava-se adrenalina. Adrenalina. Um lindo nome.

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