O que seria de você
Se eu fugisse.
Abrisse aquela porta
Pra comprar pães
E não voltasse.
A qual andarilho você doaria
O meu fígado de Prometeu
E minha caixa de Pandora?
Você não teria mais as minhas mãos
Pra dar tiros no escuro nem meus suspiros
Dentro de garrafas de vinho em noites loucas.
A qual fantasma você ofereceria meus medos tolos,
Minha insônia ridícula e a minha libido exuberante?
Sua sorte que apostei meu coração
Nesse negócio de poesia.
Uma fortuna
Incalculável.
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