Quando perdeu o seu grande amor.
Passava dias catatônica
Com o olhar perdido,
Distante,
Atravessando
O corredor
Escuro.
Ao despertar,
Caminhava pela casa
E pelo quintal enlouquecida
Invocando dos campos de batalha
E dos salões de baralho o seu amado.
Muitas vezes, exausta
Fechava-se em seu quarto,
Orava ladainhas e fazia as malas.
Conseguia sempre alcançá-la
Na esquina do cemitério.
Segurava-lhe o braço,
Beijava-lhe a cabeça.
Entre irritada e lúgubre
A minha avó chorava
E sorria:
"Meu netinho, onde diacho
Meteu-se o meu velho?"
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