segunda-feira, 15 de julho de 2013

interlúdio de universos

Existem gestos arraigados na minha alma
que não pertencem ao corpo: levantar a camisa
mostrando a barriga para as paredes e pro vento,

por exemplo, é um truque que mantenho em segredo
a fim de conquistar os meus fantasmas imaginários.

Supõem eles que seja um ato jovial
de plena felicidade e me deixam em paz.

Tempo suficiente para eu beber um cafezinho
e escrever os últimos versos antes que
a noite caia sobre
meu colo.

Depois que ela chega,
a senhora noite, os poemas
largam-se da minha lucidez.

Sem exceção,
passam a ser escritos
pelos meus bons amigos
esses fantasmas imaginários.

E cada um tem seu olhar peculiar
da minha casa, escrivaninha,
xícara e botas.

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