O vento da área de serviço
que toca e faz tremer o lençol da cama
lá fora agita os galhos das árvores
e não há diferença.
Esse vento que invade o quarto
também abraça as calçadas.
A única testemunha é o coração atento
dos pássaros que fecham os olhos
das minhas botas que se calam.
Não sei quantos pássaros suportam
o interlúdio entre o azul do céu
e o cinzento das nuvens
mas as minhas botas com os bicos
enterrados na lixeira
hão de viver mais tempo
que um papagaio de plástico.
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