domingo, 27 de fevereiro de 2011

manhã de domingo

Prefiro ficar com os passarinhos.
Acho que foi isso que sempre quis.

Enquanto o mundo enlouquece
[de maneira cínica] eu me encosto
ao parapeito da varanda e escolho
admirar as tolices as brandas tolices
dos passarinhos de galho em galho
conquistando uns os outros sem alarde.

O sol está bonito, bacana
até as nuvens o cortejam à distância

deixando-lhe espaço para seus raios
atravessarem pupilas, peles e vidraças.

Mas eu prefiro ficar com os passarinhos.

Ninguém é tão bobinho que acredite
que eles falam a minha língua
e sabem da minha companhia.

Claro que não.

Os passarinhos apenas permanecem
de galho em galho com suas tolices
suas brandas tolices

uns conquistando outros
sem fúria, dor e ciúmes.

Conquistam-se assim meio dengosos.
Meio preguiçosos. Meio o poeta hoje.

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