Prefiro ficar com os passarinhos.
Acho que foi isso que sempre quis.
Enquanto o mundo enlouquece
[de maneira cínica] eu me encosto
ao parapeito da varanda e escolho
admirar as tolices as brandas tolices
dos passarinhos de galho em galho
conquistando uns os outros sem alarde.
O sol está bonito, bacana
até as nuvens o cortejam à distância
deixando-lhe espaço para seus raios
atravessarem pupilas, peles e vidraças.
Mas eu prefiro ficar com os passarinhos.
Ninguém é tão bobinho que acredite
que eles falam a minha língua
e sabem da minha companhia.
Claro que não.
Os passarinhos apenas permanecem
de galho em galho com suas tolices
suas brandas tolices
uns conquistando outros
sem fúria, dor e ciúmes.
Conquistam-se assim meio dengosos.
Meio preguiçosos. Meio o poeta hoje.
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