Natural que eu sonhe em tê-la velhinha
Arrastando chinelos e eu com as mãos
Trêmulas ainda bebendo o meu café.
Natural que eu a veja encurvada sobre
O parapeito da varanda tentando pegar
Uma folha ou um plástico trazidos pelo
Vento atrapalhando a nossa tenra horta.
Natural que a poesia tenha esse poder
De adoçar as nossas vistas em torno
Das íris com necroses e calcificação.
Natural que eu sorria e os meus dentes
Caiam dentro do bolso do teu robe de cetim.
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