João Cabral de Melo Neto
Nunca teve um bom ouvido.
(Comungo da sua dor de cabeça)
Voltaire tinha poucos dentes,
Mas uma peruca fabulosa.
E esta minha vontade
Nessa tarde de atear
Fogo aos meus livros
Já é um caso antigo.
Só que
Não.
Meus livros deixaram de existir um dia
Quando me viciei e troquei os Malditos,
Toda a Poesia e os Clássicos por baques.
Limpo, fiquei com a estante
De ferro, orgulhosa, fria.
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