Durante toda a minha vida fui um observador de passarinhos:
Atravessei estepes, escalei desfiladeiros, arrastei-me
Por matas exóticas. Cheguei a virar pinguim
Em noites no alto de geleiras.
No dia em que te vi sorrindo
Desisti de minhas andanças.
Passei a não sair de casa e da varanda (minha fronteira com o mundo)
Sentado na cadeira de vime vivo a observar encantado tua intimidade
Em tocar violino com o bico, bater asas e dar pulinhos com a chuva.
Tu és um passarinho
Muito raro e não sei
O nome da espécie
Que me batizou
O coração.
Decerto, nunca saberei
Da tua mágica natureza.
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