Que raios de loucura
é essa que não foge
das minhas mãos?
Conversei com os meus objetos
e expliquei-lhes que não é normal
tanto amor explodindo o meu peito.
A xícara branca de leite
com a colherinha dentro
permanece irônica e feliz.
O que eu posso dizer
da felicidade dela
senão amá-la?
As botas vivem exaustas do vazio
e da poeira debaixo da escrivaninha.
"Um dia retornaremos às calçadas",
tento persuadi-las às novas aventuras.
Mas elas sabem [e eu também]
que o tempo outrora não volta.
A estante de ferro
o que mais faz
de saudável
é segurar meu guarda-chuva
com um ar altivo e esnobe.
Do quarto apenas suponho
que a cafeteira desligada
sonha com o açucareiro.
Esse idílio
é eterno.
Essa casa poética em movimento eterno...Preciso apresentar minhas xícaras às suas, e elas certamente me trarão lindo poemas guardados...:-)
ResponderExcluirBeijos,