A segunda vez que me surpreendo
com a imagem formada no fundo
da minha xícara.
Para alguns adivinhos é comum
ver o destino de alguém
no fundo da xícara.
Mas eles, esses delirantes adivinhos,
têm toda uma formação ancestral
de quimeras e delírios.
Fato é que pela segunda vez
deparo-me com a mesma imagem
no fundo da minha xícara formando
um cínico sorriso, sim, um cínico sorriso.
De palhaço, de milionário, de peixe,
de passarinho, da ilustríssima
senhora morte.
Sabe-se lá,
mas um cínico sorriso.
Na terceira vez
eu lanço a xícara
contra as paredes.
Na minha xícara costumo ver nuvens... de fumaça.
ResponderExcluir(no fundo, no fundo)