domingo, 30 de junho de 2013

secura

Nas manhãs de domingo
meu bermudão exausto

por toda a semana
preso ao corpo

pergunta-me
quando sairemos
do quarto, da infame alcova

e passearemos pelas praças,
canteiros, shoppings,
praia.

Respondo-lhe convicto
que tão somente
no dia

em que a galinha
criar dentes

(de aparelhinho
transparente)

e eu me apaixone
de novo.

Meu medo que o bermudão
não me entenda tal infortúnio
e suicide-se pulando da varanda.

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