Nas manhãs de domingo
meu bermudão exausto
por toda a semana
preso ao corpo
pergunta-me
quando sairemos
do quarto, da infame alcova
e passearemos pelas praças,
canteiros, shoppings,
praia.
Respondo-lhe convicto
que tão somente
no dia
em que a galinha
criar dentes
(de aparelhinho
transparente)
e eu me apaixone
de novo.
Meu medo que o bermudão
não me entenda tal infortúnio
e suicide-se pulando da varanda.
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