sábado, 9 de abril de 2011

Salomão

Acordei mordendo bochechas
de uma fome insana
o que surgir na frente
eu como: lagartixa,
andorinha,
iguana.

Foge donzela
ao castelo encantado
pois eis de volta
o corcunda aloprado

com os dentes trincados
a saliva e o olhar de louco
e os medalhões brilhando
na jaqueta de general.

Corre donzela,
andorinha,
lagartixa,
iguana.

Pois quando chove
o monstro é uma criança
sabe como enfeitiçar calçadas
criar reinos distantes em esquinas.

Foge, foge, foge donzela
hoje acordei mordendo bochechas.

8 comentários:

  1. ô aloprado, tô aqui rindo...

    és um poeta fan-tás-ti-co!!!

    (tomara que a donzela fuja pra sua corcunda)

    beijo nessas bochechas sagradas.

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  2. encantamento feminino no delírio digestivo da tua imensa poesia.
    um grande abraço, camarada-amigo!

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  3. Que a fome seja saciada! Mas será que a donzela quer mesmo fugir?

    Gostei muito, camarada! Parabéns e abraços!

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  4. Muito bom! Além de um ritmo delicioso, cria um clima meio mágico de fantasia. Muito interessante.

    Abraço!

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  5. oh pá...agora fiquei com medo.
    É para fugir mesmo?
    Nahhhh....eu volto!
    Beijo ( e controlo nesses anseios)

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  6. Cris, Jorge Pimenta, Fred Caju, Celso, Sandra

    no momento estou com o pé no rabo
    da iguana, a mão segurando uma andorinha e debaixo dos dentes a lagartixa
    ...

    calorosos abraços aos poetas
    e beijos carinhosos nas poetisas
    ...

    [não tenho a mínima noção como acabará este meu festim e deleite]

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  7. que se baste a besta que mora no verso, a donzela zela acordada

    a
    braço

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  8. Irmão Assis, a donzela
    encomprida o olho direito
    em dias assim de carne
    e céus
    ...

    forte abraço,
    irmão.

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