Quando são pedro mija assim devagarinho sobre o telhado
é muito difícil eu levantar-me da cama abrir o olho direito
e manter o esquerdo acordado: preciso da ajuda
de um pregador de roupa
entre os cílios.
Enquanto há criatura nesse vasto mundo
que já pula sorridente feito golfinho.
Todos os músculos despertos.
Uma energia assustadora.
Sai de casa cantando bom dia
aos porteiros, cobradores,
passarinhos e árvores
de tal forma alegre
que penso em dar-lhe na cabeça D. Quixote
[um volumoso antigo] ou mesmo uma frigideira.
Adverti-lo: "ei, a vida não é valsa,
vão lhe roubar o relógio, a carteira
e o celular na esquina e vão comer
a sua menina e cuspir no seu cafezinho
e vão pregar-lhe nas costas chacotas
e vão depois convidá-lo pra beber umas
e no dia seguinte espalhar seus segredos"
Mas esse tipo de criatura não me ouve.
Eu que sou o louco e o sisudo.
Eu o preguiçoso e apático
sobretudo quando são pedro
mija assim devagarinho
sobre o telhado.
até ouvi o barulhinho no telhado...
ResponderExcluir(viajo no seu sarcasmo)
beijo, bruxo!
Minha adorável poetisa,
ResponderExcluiro que eu ouvi de cá foi
o rumor encantado
dos teus cílios
...
Beijo carinhoso,
crisântemo.
Rapaz, que ludismo sarcástico, deliciosamente!
ResponderExcluirE a mistura do cotidiano com os abismos da alma fazem do poema um exemplar de quem empunha a autêntica poesia.
Forte abraço!
Wilson, meu camarada,
ResponderExcluiré esse mesmo o tom
afinal posso perder
um amigo no céu
mas não perco
o poema.
forte abraço.
como disse Jobim "não gosto de chuva nem gosto de sol" e como disse Elliot "abril é o mais cruel dos meses",
ResponderExcluirabraço
Irmão Assis,
ResponderExcluircreio que a cada ano
há um mês enfadonho
que nos escolhe
...
forte abraço.