Se fosse tranquila a vida
o mar não teria ondas
nem dos céus
coriscos,
a minha jangada
um barquinho de papel
e a minha toalha
o focinho de zé colmeia
ou talvez o riso de um golfinho.
Mas a vida tem ressacas gigantescas
tem relâmpagos assustadores
a minha jangada é sempre engolida
por uma baleia que não permite
conversas tarde da noite
dentro do seu útero
[reclama ela que toda palavra
traz junto uma perturbação humana]
A vida não é serena.
O mar calmo é traiçoeiro.
E só agora fica claro que a minha toalha também
se mostra a mais aterrorizante sombra
estirada no varal do banheiro.
Que bom passar por aqui! Volto sempre agora.
ResponderExcluirAmei o texto.
Tenha um lindo fim de semana.
Valeria, a minha alma poética é vossa
ResponderExcluire todas as portas e janelas abertas
...
Ótimo final de semana.
Abraço carinhoso.
amigo domingos,
ResponderExcluirque viagem sem asfalto de sangue?
e que mares sem moby dicks com o estômago do tamanho da inveja dos homens?
não nos resta alternativa senão vestir a vela e balouçar o corpo como os marinheiros. ainda assim, sem cair. a arpão vive na cabeça.
um abraço!
Grande poeta e amigo Jorge Pimenta
ResponderExcluiro teu olhar poético é uma tempestade de revelações
...
forte abraço.
há constatações que são epifanias,
ResponderExcluira
braço
essas constatações epifaníacas
ResponderExcluirnos abençoam
...
forte abraço,
irmão Assis.