quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Procuro com as minhas mãos
A bala de 44 entre as minhas costelas.
O último desencanto soube apertar o gatilho.

Mas o caminho é breve do saloon ao celeiro.
(Por onde pernoita uma camponesa sem abrigo)

Não fujo do calibre 44.
A dor é suspirar com a bala
Alojada entre as minhas costelas.

O meu cavalo é ligeiro.
Ainda hoje hei de atravessar
O rio dos comanches e vender as peles.

Não trago uísque.
Minha alma arde.

Mas o retorno à tenda
Do meu velho amigo
"Asas de Rapina"
Trará descanso
Ao corpo.

Não recusarei o chá de flores silvestres
Do meu velho amigo Asas de Rapina.

Ainda dói quando pouso a mão no peito.
E quando aperto o coração dói mais
O ferimento.

Creio que a bala
Muda de direção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário