Do alto da minha torre de palitos
(Precisamente da minha varanda)
Vejo os meus foliões mortos
A vagar pelas calçadas:
Pombos, formigas,
Lagartinhas-de-
Fogo.
Não há um ser vivo
Gracioso que divida
Com o meu coração
O brilho desta manhã.
O monge tibetano
Diria que as almas
Das minhas criaturinhas
São depravadas e suicidas.
Digo que são apenas
Formigas, pombos
E lagartas-de-
Fogo
(Que perderam o rumo de casa
E ainda gozam o último dia
De Carnaval)
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