terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Do alto da minha torre de palitos
(Precisamente da minha varanda)

Vejo os meus foliões mortos
A vagar pelas calçadas:
Pombos, formigas,
Lagartinhas-de-
Fogo.

Não há um ser vivo
Gracioso que divida
Com o meu coração
O brilho desta manhã.

O monge tibetano
Diria que as almas
Das minhas criaturinhas
São depravadas e suicidas.

Digo que são apenas
Formigas, pombos
E lagartas-de-
Fogo

(Que perderam o rumo de casa
E ainda gozam o último dia
De Carnaval)

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