Li muita poesia na minha vida. Ah, li, baby.
Mal pisava os canteiros da praça de minha infância
Os passarinhos fugiam das árvores de oiti decepcionados
Com o poeta que passava o dia inteiro no banco de cimento
Devorando poesia.
Mas isso foi na mocidade.
Hoje em dia, só escrevo.
Escrevo sob demência uma tal demência
Que me impede a lucidez necessária
Para devotar os meus olhos
Às letrinhas de formiga.
Claro que ainda guardo
Um original de bar do Bukowski
E uma longa reflexão de Ezra Pound.
Sempre é bom
Um ou outro salmo
Nessas horas de silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário