Falo sozinho, sabia, meu bem?
Às vezes até discuto seriamente.
As paredes não se metem.
Quedam-se no lugar delas.
Os livros estão cansados demais
para dizer alguma coisa a favor
ou contra.
E eu falo sozinho que é uma beleza.
Esmurro meu próprio peito
e não entendo por que
meu coração é uma mocinha.
As discussões podem chegar a várias noites.
E no final do surto estou morto e desvalido.
As minhas botas riem cinicamente
dessa minha falta de juízo,
mas no outro dia
lá estão elas solícitas
oferecendo-me o calor
do seu útero para que eu
meta-lhes meus pezinhos de anjo.
As minhas botas são as únicas meninas
dessa minha vida insignificante
que me entendem.
E eu meto-lhes meus pezinhos de anjo
com tesão e delicadeza de um flamingo.
meu coração rebenta ao te ler!
ResponderExcluirBj, poeta queridaço e único
Fazer arte do falar sozinho é para poucos...
ResponderExcluirAbr.,
É garoto, paredes não se metem.
ResponderExcluirBeijos!!