Meu filho, são tantos poetas
neste mundão de tolos
que tenho medo, muito medo
das suas incríveis flechas
de fogo.
Pergunta-lhes quem dentre
tem um coração corajoso
cuja lucidez seduza-o ao fundo
do abismo e traga nos dentes
um lírio.
Poucos, meu filho, menos
que os dedos das mãos
pois muitos são apenas
guerreiros enlouquecidos
que só sabem erguer
seus arcos aos céus
e lançar suas flechas
suas incríveis flechas
de fogo.
Por isso, meu filho,
eu tenho medo, muito medo
e tranco-me no quarto protegido
sob um escudo de bronze e pele de iaque.
no ar rarefeito sobrevivem os poemas mais altos...
ResponderExcluirbeijoss
ResponderExcluirDe abismos e lírios nos irmanamos, poeta! Te leio sabendo que conheces a profundeza de uma superfície lisa. E especial e escorpianamente, AMEI esse poema.
Beijos,