segunda-feira, 22 de outubro de 2012

farol

Sorria, meu amor,
dessa raiva que circula dentro do seu intestino
e dessa sua vontade de esganar o seu próximo -

não é bom dar tiro em ninguém
nem oferecer um ramalhete
com enxofre nas pétalas.

Apenas sorria , meu amor,
dessa raiva que gira em sua alma
e esquenta seus olhos, oh, vejo que chora.

Venha ao meu quarto,
vamos alimentar as formiguinhas
e procurar debaixo da cama a moeda encantada.

Não é bom odiar tanto as pessoas altivas
as que nunca vacilam e estão sempre
olhando do alto a angústia
dos miseráveis.

Meu amor, nós não somos miseráveis e infames
portanto não é conosco que eles rangem os dentes
e forçam a porta do quarto armados de escopetas.

Sorria, meu amor,
e nunca duvide da ilusão -

da ilusão e do engano deles,
meu amor, porque do seu coração
só evaporam verdades, lucidez e delicadeza.

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