segunda-feira, 18 de maio de 2020

Balsâmico

Assim que pensamos
em escrever um poema
pra alguém muito especial

tal poema já nasce
sob o selo da corrupção.

Ninguém é tão especial
que mereça um poema
fruto de dupla vaidade.

A vaidade de quem escreve
e a vaidade de quem inspira.

A propósito, 
meu docinho,

se eu quiser tirar meu bigode
não preciso pedir permissão
aos passarinhos do pé de oiti.

Mas a você (acredite)
escreveria uma carta.

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