Tive na mocidade uma máquina de escrever
E uma escrivaninha de madeira nobre e rude.
Não me lembro do sumiço
Da máquina de escrever.
Mas, como se hoje, vejo a escrivaninha
Sendo desparafusada e encaixotada
Debaixo da cama.
Há tardes em que me faltam a volúpia
Das ranhuras dos meus pulsos sobre
A escrivaninha e os calos das pontas
Dos meus dedos que eu conseguia
A cada palavra imposta das teclas
Da máquina de escrever.
Mato a saudade
Da textura da morte
Segurando firme o lápis.
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