As baratas ao sair dos seus buracos
Não deveriam temer a luz dos meus olhos.
Desde criança que elas conhecem meu santo.
Não as odeio, apenas são asquerosas.
As minhas formigas, por exemplo,
São bem mais impuras
E cínicas:
Fingem comer só açúcar (puritanas)
Mas sabe-se lá onde se metem
Quando durmo.
As baratas não mentem. Não precisam.
Afinal, não têm elo comigo. o negócio delas
É ocultar-se em porões, buracos de encanamentos
E caixas de sapatos. E apreciar a decadência humana
De camarote comendo sobras e lambendo louças de ontem.
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