Posso agora em silêncio ler seus olhos
Como fazem os ciganos antes
De iludir e pôr as mãos
Sobre as suas.
Mas não sou cigano.
Cansei de mudar de alforje
A cada linha da minha palma
Que sangra e a tempestade molha.
Nem choveu hoje.
Dizem, entretanto,
Os meus passarinhos
Que a vidraça da sua casa
Parece o rosto de uma cerejeira
Debaixo do sereno da minha calçada.
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