Quantas vezes te roguei,
não laves minha xícara
com os teus dedos.
A minha xícara é sensível.
Acostumada somente
aos meus lábios.
Há uma verdade especial entre eles.
Os meus lábios são os responsáveis
pelas fissuras na circunferência dela.
E ela de tanto queimar-lhes a pele
modelou-me o bico a tal ponto
que aprendi assobiar.
Há uma mística relação entre eles.
A minha xícara só sossega
quando meus lábios sorvem
o último cafezinho,
aí, então, ela dorme
sobre a estante.
A minha xícara é sagrada.
Os meus lábios o que há de corpo em mim.
Domingos,
ResponderExcluirBrincas com as palavras seduzindo-as de tal modo que rapidamente elas se transformam em poesia.
Grande abraço,
José Carlos
Rsrs. Poema interessante...
ResponderExcluirSeu jeito de escrever é impressionante. Muito particular seu. Consegue fazer um poema ir pro espaço e ganhar 'n' novas interpretações, ao mesmo tempo em que detalha os fatos específicos. Não é por ser vago que cabem novas interpretações. É por ser completo que nos torna livres pra interpretá-lo. Eu não sei explicar direito. Parece contraditório qdo eu tento explicar. Mas isso que eu não consigo dizer pode ser resumido em: encantada com seu texto!
Parabéns!
Beijãozão,
Mima.
o homem é o mundo e os seus mundos bem para cá das sensações, bem para lá do entendimento.
ResponderExcluiradmirável a poetização das extensões do eu que em poucos blogues como neste sou capaz de encontrar.
um abraço, caro amigo-poeta!
Domingos,
ResponderExcluircomo você nos surpreende
a cada poema!
AMEI!
Um abraço,
Doce de Lira
quando se nos toca a pele em olvido,
ResponderExcluirabraço
Olá
ResponderExcluirVim conheçer seu espaço, pois estive na Beth lendo e ouvindo seu poema. Ele é triste, prenúncio de uma despedida, mas bonito.
Parabéns, poeta.