domingo, 9 de outubro de 2011

proscrito

na minha aldeia o rio é transparente
pode-se banhar o coração com água limpa

na minha aldeia a caça é boa
e nas pontas das flechas
o macaco despenca

o veneno também é bom
não lhe queima o sangue

assim todos da aldeia
meninotes, anciãos
mulheres e homens

põem-se a comer a carne
sem prejuízo do caldo

na minha aldeia alegria é o batuque
em noites que o povo perde a alma
e a fúria

dançam frenéticos
como se o mundo
chegasse ao fim

na minha aldeia quando nasce o dia
ninguém sabe onde raios
meteu-se o pajé

mas quem não se lembra
das estrelas.

4 comentários:

  1. a aldeia é a casa de cada um, só que de costumes diferentes.
    Gostei!

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  2. Muito bom, Domingos! Será que o pajé não gosta de fumar a paz logo de manhã cedinho?

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  3. Linda essa aldeia!!!
    Bjos de um bom domingo pra ti, amigão querido!

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  4. na sua aldeia eu piso descalça...

    outro beijo!

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