Apavorante, meu amor, ter um inimigo aos pés. Não poder se entregar a uma taça ou a um cigarro. Não poder gargalhar e subir aos céus, e descer ao fundo do abismo, sem antes espreitar o inimigo e vê-lo como dorme (nunca dorme) e com que armas o inimigo forja a nossa queda. Triste, meu amor, ouvir o coração constantemente. Apontar o cano de um revólver na têmpora. Não descansar um minuto. Se eu mentir, o dia seguinte será de fúria, melancolia e fraqueza. A solidão é o meu par. Não se apaixone por minha dor. Os deuses fazem apostas. E o ventre arde.
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