As minhas amigas [em tom de
galhofa] perguntam-me se não tenho medo que roubem a tua aliança de aço
cirúrgico. Explico-lhes que anteriormente usava uma de latão, em seguida,
alumínio, depois bronze e que, na verdade, espero a mulher que valha uma de
ouro. Algumas amigas entendem e requebram-se em sorrisos e simpatia. As mais
radicais [daí, pouco espirituosas] passam a me odiar ferozmente e dizem que sou
presunçoso e machista. Veja só, minha pequena, como este jovem senhor de óculos
novos e sem cavanhaque é incompreendido. Nem imaginam, quando volto pra casa, o mais gentil dos homens com a mulher que senta ao meu lado. Agora à tarde, por exemplo, ofereci a uma menina uma caixinha de caramelos que um vendedor amputado vendia com a voz de locutor de corrida de cavalos. Só depois, lembrei que não é de bom-tom um lobo mau oferecer doces às menininhas. Quase morri do coração. Sou tímido demais pra essas aventuras pueris e delicadas.
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