sábado, 24 de outubro de 2015

Bordados

Mulheres têm medo de barata. Normalmente, as de sangue mais frio e acostumadas a pisar no coração do poeta. Merece. O poeta merece o salto alto agulha trespassado em seu coração. O poeta que não merecesse viveria traficando armas, papoulas e figurinhas raras de álbum de infância. Graças que não sou mais poeta. Cansei de escrever poemas e da vaidade ridícula do invisível. Se o antigo poeta que vestia minha carne e calçava os meus ossos ousar invadir a minha alma - explode. Não sou tolo, baby, vivo protegido por minas terrestre e naval. Chego a ouvir gritos de pavor e voam artérias por sobre a minha cabeça de santo. Sou um santo. No mínimo, o meu nome é de um santo. O mais jovem não mártir canonizado pela igreja católica. Puxa, baby, você não imagina como esse meu nome de santo ajudou-me [facilitou as coisas] quando passei uma temporada no inferno. Notou minha ausência? Poetas têm medo das mulheres que não têm medo de barata. Que coisa, hein? 

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