quinta-feira, 7 de julho de 2011

saliva acre

Se vomitasse o céu e todas as suas gaivotas
entenderia esse desejo mórbido que tenho
pelas coisas no fundo do guarda-roupa,
debaixo da cama, dentro das paredes.

Cafezinho, cocaína, vinho,
livros, versos, solidão, fúria:
tudo é a mesma dor
sem diferença.

A minha tristeza
não se modifica.

O céu não vomito.
E as gaivotas voam alto.

3 comentários:

  1. É tudo aço , de adiposidades poéticas.

    um abraço , grande poeta !

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  2. o sabor deste poema ficou me debaixo da pele

    Abraço!!!

    Laura Alberto

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  3. "...tudo é a mesma dor
    sem diferença"...

    Grande verdade.
    bjs
    Rossana

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